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sábado, 11 de outubro de 2014

A cruz de Cristo

Ao crer em Cristo o homem é transportado do domínio das trevas para o reino do Filho do seu amor, onde permanece assentado nas regiões celestiais em Cristo Jesus "O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" ( Cl 1:13 ); “E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” ( Ef 2:6 ).

Se o crente está assentado, não há abismo a ser transposto. Ao ser transportado do domínio das trevas para o reino de Cristo, resta ao crente levar a sua cruz , mas a cruz do cristão não possui relação com a cruz da estória da cruz serrada.
A cruz que o crente tem que levar refere-se a ignominia, ao desprezo, a oposição, a perseguição por causa do evangelho"Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?" ( Mt 10:25 ). O ódio do mundo é contra os discípulos de Jesus ( Mt 10:22 ; Mc 13:13 ; Lc 21:17 ; Jo 15:18 ; 1 Jo 3:13 ).
Os discípulos estarão expostos diariamente aos vitupérios da cruz "E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo" ( Lc 14:27 ).

É neste sentido que o apóstolo Pedro disse: "Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado" ( 1Pd 4:14 ); "Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados" ( Hb 10:33 ); "Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa" ( Hb 11:26 ); "Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério" ( Hb 13:13 ).
Sobre tomar sobre si a cruz de Cristo disse o apóstolo Paulo: “Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo” ( Gl 6:12 ).
O apóstolo Paulo preferiu ser perseguido a deixar de professar a mensagem da cruz, pois pela mensagem da cruz é que o apóstolo foi crucificado para o mundo, e o mundo para ele “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” ( Gl 6:14 ).
Ora, o apóstolo se dispôs das suas riquezas para estar ‘em Cristo’, o que o torna justo diante de Deus ( Fl 3:9 ). Após se achar em Cristo (nova criatura), o apóstolo passou a ser um com Cristo (conhece-lo), sendo ressuscitado com Ele ( Cl 3:1 ); "Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte"( Fl 3:10 ).
Só após conhecer a Cristo e a virtude da sua ressurreição, é que se dá a comunicação das aflições de Cristo, conformando-se em tudo com a morte de Cristo "E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação" ( 2Co 1:7 ).
Sabendo que a perseguição por causa da palavra viria sobre os seus discípulos ( Mt 13:21 ; Mc 4:17 ), Jesus anuncia, à multidão que o seguia, a necessidade de calcularem bem o quanto estavam dispostos a ‘perder’ para seguir a Cristo. Além de abrirem mão de tudo (pai, mãe e riquezas), deveriam atentar que haveria perseguições e aflições por causa da palavra.
Após enfatizar que os seus seguidores sofrem perseguições e muitas aflições, Cristo conta à multidão duas parábolas: a do construtor, e a do rei em prenuncio de guerra. 
“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar” ( Lc 14:28- 30).
“Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz” ( Lc 14:31 -32).
As duas parábolas envolve consideração e previsibilidade.
Jesus questiona a multidão sobre qual deles ali presente, ao desejar edificar uma torre, primeiro não se assentaria para verificar os gastos da obra e o montante que dispõe. Ora, é necessária a análise para que, após iniciada a obra, não falte o subsidio necessário para termina-la, e o construtor não seja alvo de escarnio.
Semelhantemente, qualquer rei que vai à peleja, primeiro analisa que tem condições de vencer a guerra com o número de homens que dispõe, comparando com o número de homens que o outro rei dispõe para a guerra. Por que é necessária esta atitude por parte do rei? Se estiver em desvantagem, melhor é verificar quais são as condições de paz imposta pelo outro rei.
Jesus contou estas duas parábolas para enfatizar que: “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” ( Lc 14:33 ).
É essencial ao discípulo estar consciente da sua nova condição em Cristo e conhecer as riquezas da graça. É este conhecimento (saber) que torna o cristão apto a levar os vitupérios (tomar a sua cruz) e seguir após o Mestre. Quando o cristão descobre a extensão da gloria que há de ser revelada em nós, suportará as aflições do tempo presente: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” ( Rm 8:18 ).
Esta mesma mensagem foi registrada por Lucas no capitulo 9, e ela foi anunciada por Cristo a todos os seus ouvintes: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? Porque, qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos” ( Lc 9:23 -26).
O evangelista Marcos registrou a mesma mensagem: “E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos” ( Mc 8:34 -38).
O evangelista também deixou consignado: “Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras” ( Mt 16:24 -27).


Os evangelhos deixam estampado um convite amplo a todos os homens de todos os povos, línguas e nações: ‘Se alguém quiser vir após mim’. O verbo grego traduzido por querer é θελω, e significa querer, ter em mente, pretender. Ou seja, Jesus não obriga ninguém segui-Lo, antes o indivíduo de livre e espontânea vontade precisa ter o desejo de segui-Lo.

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