Ao ensinar que seus seguidores deviam “dia a dia” tomar sua cruz (Lucas
9:23), Cristo fez da resistência ao diabo (Tiago 4:7) parte fundamental
do cristianismo. Biblicamente, “tomamos a cruz” quando resolvemos dar
fim ao pecado em nossa vida. Sem essa determinação básica, não há
conversão completa. O Senhor frisou bem essa questão: “E qualquer que
não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas
14:27). Se a nossa intenção de confessar o nome de Cristo é genuína,
devemos apartar-nos “da injustiça” (2 Timóteo 2:19).
O que é de fato difícil é traduzir essa intenção da teoria à prática.
Mas aqui, como em todas as demais áreas, somos auxiliados pelo exemplo
do Senhor. “Para isso se manifestou o Filho de Deus: para destruir as
obras do diabo” (1 João 3:8). Em sua morte, Cristo destruiu “aquele que
tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hebreus 2:14) e, em sua vida,
sempre frustrou a obra do diabo repelindo toda sedução que Satanás punha
diante dele. Jesus foi em tudo tentado “á nossa semelhança, mas sem
pecado” (Hebreus 4:15). Sua vida, portanto, pode servir-nos como um
manual sobre como resistir ao diabo em nossas batalhas diárias com a
tentação.
Nos evangelhos, não há incidente que melhor revele como Cristo lidou com o diabo do que a tentação no deserto (Mateus 4:1-11; Marcos 1:12-13; Lucas 4:1-13). Eu lhe recomendaria ler estes textos e, ao lê-los, para que possam resistir à tentação, lembrem-se do seguinte:
Nos evangelhos, não há incidente que melhor revele como Cristo lidou com o diabo do que a tentação no deserto (Mateus 4:1-11; Marcos 1:12-13; Lucas 4:1-13). Eu lhe recomendaria ler estes textos e, ao lê-los, para que possam resistir à tentação, lembrem-se do seguinte:
1. Não devemos desconhecer os
expedientes do diabo. Douglas MacArthur disse certa vez: “Quanto mais
soubermos acerca do inimigo, mais capacidade teremos de vencê-lo”. Da
mesma forma, se quisermos resistir ao diabo, é essencial que saibamos
como ele age (2 Coríntios 2:11). Os atos de Satanás traem suas táticas.
Os métodos que usou (em vão) com Jesus, ele usará conosco. Uma vez
precavidos, ficamos prevenidos.
2. Devemos confiar plenamente em
Deus. Conforme a análise de Tiago acerca do processo da tentação (Tiago
1:13-15), Satanás aproveitou os desejos de Jesus na tentativa de abalar a
confiança deste em Deus. Ao propor que Jesus matasse a fome
transformando as pedras em pão, o diabo ofereceu uma solução para uma
necessidade aparentemente esquecida pelo Pai. Ao oferecer entregar os
reinos do mundo em troca da adoração de Cristo, o diabo ofereceu um
atalho por meio do qual Jesus poderia ter a coroa sem enfrentar a
tortura da crucificação exigida pelo Pai. Assim, Satanás tentou explorar
os desejos legítimos de Cristo, buscando levá-lo a cometer a
iniqüidade, mas em todos os casos Cristo discerniu o engano. Embora as
propostas do diabo soassem inócuas, benéficas e mesmo respaldadas na
Bíblia (como quando citou as Escrituras para convencer a Cristo a pular
do templo), elas na verdade não passavam de ataques insidiosos à bondade
e à credibilidade de Deus. (Veja Gênesis 3:1-5. “Quando o diabo mais se
mostra nobre e razoável, é aí que ele é mais perigoso” – Dorothy
Sayers.) Ter-se entregado às propostas de Satanás teria sido um ato de
iniqüidade e descrença. Portanto, Cristo morreria de fome antes de
abandonar a vontade de Deus. Ele não desculparia o pecado raciocinando
que os fins justificam os meios. Ele não agiria presunçosamente. Também
não engoliria ingenuamente uma proposta baseada numa distorção das
Escrituras. Antes, ele guardaria “firme a confissão da esperança, sem
vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hebreus 10:23). Na tentação
devemos nos segurar firmemente à nossa fé e confiar em Deus, pois “esta é
a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4).
3. Devemos ser guiados pela pelavra de Deus. Jesus não resistiu ao diabo utilizando o seu poder miraculoso ou invocando alguma revelação especial dada a ele e a nenhum outro. Antes, ele se manteve firme, abraçando a palavra de Deus: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Salmos 119:11). Por meio da palavra de Deus, podemos saber como ele deseja que vivamos quando tentados. Isso nos encoraja bastante, pois nos mostra que a resistência está ao nosso alcance. Se permitirmos que a palavra de Deus habite em nós, seremos fortalecidos em nosso homem interior com o poder necessário para vencer o malvado (1 João 2:14). “Porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4). Observe os versículos que Cristo citou em resposta às seduções do diabo. “Não só de pão viverá o homem” está em Deuteronômio 8:3. “Não tentarás o Senhor, teu Deus” está em Deuteronômio 6:16. E “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” está em Deuteronômio 6:13. Todas as três são citações de uma parte das Escrituras que se inicia com estas palavras: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Deuteronômio 6:4-5). Cristo mais tarde chamou isso: “O principal de todos os mandamentos” (Marcos 12:29). No deserto, Cristo demonstrou que, embora atacado por severas desvantagens, tanto físicas quanto emocionais, mesmo a maior das tentações pode ser vencida se estivermos completamente comprometidos com Deus e com a sua causa. Que o exemplo de resistência de Cristo sempre nos guie.
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